MCTI lança estudo nacional sobre os Parques Tecnológicos do Brasil, produzido pela UFV em parceria com a Anprotec

Publicação coordenada pela diretora do tecnoPARQ, Adriana Ferreira de Faria, apresenta panorama inédito sobre a evolução, o impacto e o potencial dos parques tecnológicos brasileiros

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou, nesta segunda-feira (13), o estudo Evolução, Impacto e Potencial dos Parques Tecnológicos do Brasil, durante a cerimônia de abertura da 35ª Conferência Anprotec, em Foz do Iguaçu (PR). A publicação, inédita no país, consolida dados e análises estratégicas sobre os 113 parques tecnológicos brasileiros e as mais de 2,7 mil empresas e organizações que integram esses ambientes de inovação.

O levantamento foi produzido pelo Núcleo de Tecnologias de Gestão (NTG) da Universidade Federal de Viçosa (UFV) em uma iniciativa do MCTI, em parceria com a Anprotec. A pesquisa foi coordenada pela professora Adriana Ferreira de Faria, diretora executiva do tecnoPARQ e presidente da Anprotec, que apresentou os principais resultados do estudo durante o evento.

De acordo com Adriana, o estudo materializa o esforço coletivo de diversos atores do ecossistema nacional de inovação e traduz, em dados e evidências, o papel transformador dos parques tecnológicos brasileiros, ambientes que não apenas abrigam empresas inovadoras, mas também impulsionam o desenvolvimento científico, tecnológico e socioeconômico em todo o país.

Radiografia do ecossistema brasileiro de parques tecnológicos

Baseado em informações consolidadas da Plataforma MCTI-InovaData.br, desenvolvida pelo próprio NTG/UFV, o estudo mostra que o Brasil possui atualmente 113 parques tecnológicos — sendo 64 em operação, 42 em implantação e 7 em planejamento. Juntos, esses ambientes abrigam 2.706 empresas e organizações distribuídas por todo o território nacional.

Entre os principais resultados, o levantamento revela que, entre 2017 e 2023, as empresas instaladas nos parques tecnológicos brasileiros apresentaram um crescimento expressivo: aumento de 170% no faturamento total, crescimento de mais de 30% no faturamento médio por empresa, mais de 100% de aumento em patentes e elevação de 10% no emprego médio por empresa, passando de 26 para 29 colaboradores.

Esses dados demonstram o efeito multiplicador dos ambientes de inovação, que impactam diretamente as cadeias produtivas regionais, estimulam novos negócios e promovem o desenvolvimento sustentável.

Conhecimento como motor da economia

O estudo também apresenta o perfil das empresas residentes nos parques tecnológicos brasileiros. Mais da metade dos profissionais que atuam nesses empreendimentos possuem formação de nível superior, mestrado ou doutorado, o que evidencia o caráter intensivo em conhecimento dessas organizações.

A análise reforça que as empresas de base tecnológica têm papel central na geração de empregos qualificados e no fortalecimento da economia do conhecimento. Estudos citados na publicação indicam que, para cada posto de trabalho criado nesses empreendimentos, são gerados de 2,3 a 2,9 novos empregos na economia.

Juventude e potencial de crescimento

Os parques tecnológicos brasileiros formam um sistema relativamente jovem, com idade média de 12 anos e mediana de 8 anos. O estudo aponta que o processo de consolidação de um parque ocorre em ciclos de longo prazo, com ponto de inflexão em torno de 12 anos e maturidade plena após 20 anos de operação.

Mesmo em uma fase ainda de amadurecimento, os resultados já observados demonstram a relevância desses ambientes para a inovação no Brasil. A consolidação desse sistema depende, segundo Adriana, da continuidade de políticas de fomento e financiamento capazes de garantir sustentabilidade e crescimento estruturado.

Ferramenta estratégica para políticas públicas

O livro apresenta uma metodologia de análise baseada na Hélice Tríplice — modelo que integra universidade, empresa e governo — e propõe um modelo sistêmico de acompanhamento e fortalecimento dos parques tecnológicos. O material combina indicadores quantitativos (como número de empresas, faturamento e geração de empregos) e análises qualitativas, a partir de estudos de caso e séries históricas de 2018 a 2024.

Para Daniel Almeida Filho, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, o estudo representa um instrumento essencial para o planejamento de políticas públicas mais assertivas, capazes de fortalecer os ambientes de inovação e evitar iniciativas sem integração efetiva com o setor acadêmico e produtivo.

UFV e tecnoPARQ: ciência, gestão e impacto

A realização do estudo faz parte do papel da Universidade Federal de Viçosa como referência nacional em gestão da inovação e desenvolvimento territorial, por meio do NTG e do tecnoPARQ. A UFV, através de seus núcleos de pesquisa e inovação, tem contribuído ativamente para a estruturação do sistema brasileiro de parques tecnológicos e para o avanço das políticas públicas de inovação.

O tecnoPARQ, como um parque vinculado à UFV e reconhecido por sua atuação em nível nacional, integra essa rede de conhecimento e impacto, contribuindo para a geração de negócios inovadores, qualificação de pessoas e desenvolvimento sustentável em Minas Gerais e em todo o Brasil.

40 anos de políticas públicas para inovação

O lançamento do livro também integra as comemorações dos 40 anos do MCTI (a serem celebrados em 2025) e dos 40 anos das políticas públicas de apoio aos ambientes de inovação no Brasil, marcos que simbolizam o amadurecimento das iniciativas nacionais voltadas à ciência, tecnologia e inovação.

O estudo completo “Evolução, Impacto e Potencial dos Parques Tecnológicos do Brasil” está disponível para download.

Baixe aqui: Evolução, Impacto e Potencial dos Parques Tecnológicos do Brasil

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