Participação do tecnoPARQ Enriquece o Debate no Fórum Técnico “Minas Gerais pela Ciência” na Zona da Mata

No último dia 30 de agosto, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou o “Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência – Por um Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável”, com o objetivo de contribuir para a criação de um Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. Sob a coordenação da deputada Beatriz Cerqueira (PT), presidenta da ALMG, o evento reuniu especialistas acadêmicos, gestores e políticos para discutir estratégias de fomento à ciência, inovação e a promoção de um ambiente socioeconômico mais inclusivo no estado.

 

Um dos principais temas abordados no fórum foi a necessidade de melhorias na educação pública, desde o ensino básico até a graduação, como fundamento essencial para o avanço da ciência e tecnologia no Brasil. O Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Raul Guedes, e a Diretora Executiva do Parque Tecnológico da UFV (tecnoPARQ), Adriana Faria, destacaram a importância de elevar a qualidade da educação para fortalecer a produção científica e a inovação tecnológica. Ambos expressaram preocupação com o desempenho dos estudantes brasileiros, citando dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que têm mostrado queda na qualidade do ensino nas últimas duas décadas.

Adriana Faria enfatizou que o acesso ao ensino superior tem sido prejudicado pelo predomínio da educação privada e do ensino remoto, o que impacta negativamente a formação dos estudantes. “Se queremos estimular a produção científica, precisamos de alunos bem preparados. Infelizmente, muitos chegam ao ensino superior com deficiências significativas na formação básica, e o Brasil tem caído nas avaliações do Pisa nos últimos 20 anos”, alertou Faria.

Além disso, o fórum também trouxe à tona a importância da divulgação científica e do combate à desinformação, destacando o papel da Rede Lide CT&I (Laboratório de Inteligência em Divulgação Especializada em Ciência, Tecnologia e Inovação). Esta iniciativa, que reúne instituições como a UFMG, o BH-TEC, a Fiocruz Minas/Instituto René Rachou, a Biominas Brasil e o tecnoPARQ, visa potencializar a divulgação científica em Minas Gerais e fortalecer a conexão entre jornalistas e pesquisadores. O principal objetivo da Rede Lide é  garantir que o conhecimento produzido nas universidades seja comunicado de forma clara e confiável à sociedade, combatendo a desinformação e promovendo a confiança na ciência”.

Outro ponto de destaque no evento foi a discussão sobre Cidades Inteligentes, onde a equipe do escritório de projetos Smart pôde compartilhar suas experiências e colaborar com professores e estudantes da UFV sobre o tema. O  Laboratório de Projetos Viçosa Smart visa promover o crescimento econômico, social e ambiental da região por meio da aplicação de tecnologias avançadas e soluções criativas.

As Smart Cities são definidas como cidades que adotam práticas urbanas e digitais sustentáveis, abordando aspectos econômicos, ambientais e socioculturais de forma integrada e inovadora. No Laboratório de Projetos Viçosa Smart, as iniciativas são guiadas por pilares como sustentabilidade, mobilidade, acessibilidade, responsividade e tecnologia. Esses pilares são essenciais para criar um ambiente urbano que não apenas soluciona problemas concretos, mas também promove a inclusão, a eficiência e a qualidade de vida para todos os cidadãos.

Durante o Fórum, foram propostas, nos eixos 2 e 3, a implementação de políticas linguísticas voltadas para o acolhimento e ensino da língua portuguesa como língua adicional para crianças e jovens migrantes internacionais. Além disso, sugeriu-se o desenvolvimento de programas e projetos que promovam a educação no campo, indígena e quilombola, incluindo a inclusão de profissionais licenciados nessas áreas na educação básica e superior, bem como o incentivo à formação continuada de educadores e à educação intercultural na Zona da Mata Mineira.

Outras medidas discutidas no evento abrangeram a universalização do uso de câmeras corporais por agentes de segurança pública, a formulação de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dos mineiros, a promoção da educação financeira em todos os níveis de ensino, a criação de políticas para a reinserção de ex-presidiários na sociedade e o fortalecimento da fiscalização das mineradoras no estado de Minas Gerais.

 

 

A relevância das discussões no fórum foi reforçada pela situação crítica da Zona da Mata, onde a baixa qualidade da educação e o segundo pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado representam grandes desafios para a produção científica e o desenvolvimento regional. Adriana Faria lamentou a discrepância entre as “ilhas de excelência” na região e o “mar de pobreza” ao redor, destacando a necessidade urgente de superar essas barreiras para que o Brasil possa melhorar suas posições nos rankings globais de inovação.

Ao longo dos últimos 30 anos, o Brasil avançou significativamente na produção científica, mas esse progresso tem sido lento em comparação com outros países. A maioria dos recursos de pesquisa no país ainda é proveniente de fontes públicas, em contraste com nações mais inovadoras, onde o setor privado desempenha um papel predominante no financiamento da pesquisa. Raul Guedes apontou a necessidade de maior formação de mestres e doutores, além da importância de garantir a estabilidade e a qualidade dos investimentos em ciência e tecnologia.

O Fórum Técnico “Minas Gerais pela Ciência” destacou, portanto, a importância de um compromisso contínuo com a educação, a inovação, a comunicação científica e o desenvolvimento de cidades inteligentes como pilares para um futuro mais inclusivo e sustentável em Minas Gerais.

 

cobertura completa, incluindo mais informações sobre as falas dos professores Raul e Adriana e as propostas para o Plano, estão no site da ALMG.

Fotos de Eliizabete Guimarães/ALMG disponíveis em: https://www.almg.gov.br/comunicacao/fotos/album/?id=23073

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